sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Halloween



Hallowen é a Noite das Bruxas, a noite em que há muitos, muitos anos, as pessoas acreditavam que os fantasmas voltavam à Terra em busca de alimento e companhia para levarem para o outro mundo. Para confundir essas almas penadas, quando saiam de casa, usavam máscaras a fim de não serem reconhecidas.

Na Biblioteca, podes ler livros que te contam histórias de bruxas e fantasmas. Eis alguns:

[O+Leão,+a+Bruxa+e+o+Guarda-Fatos.jpg]

Na biblioteca estão expostas mais títulos. Requisita-os e lê-os. Vais ver como são divertidos!




Se quiseres saber mais informações sobre o Halloween clica aqui  ou aqui.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Concurso Nacional de Leitura

Com o objetivo central de estimular o treino da leitura e desenvolver competências de expressão escrita e oral, o Plano Nacional de Leitura dá, em 20 de Outubro de 2014, início à 9ª Edição do Concurso Nacional de Leitura (CNL).
São parceiros desta iniciativa a Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), a Rede das Bibliotecas Escolares (RBE), o Camões - Instituto da Cooperação e da Língua (Camões, IP) e a RTP. 
A participação no concurso está aberta aos alunos dos 3º Ciclo e Ensino Secundário das escolas públicas e privadas do Continente e dos Arquipélagos dos Açores e da Madeira, qualquer que seja a sua nacionalidade.




CONCURSO NACIONAL DE LEITURA
9ª EDIÇÃO - 2014 | 2015

CALENDÁRIO



INSCRIÇÃO - Até 07 Novembro 2014
20.Out. 2014

PNL - Abertura - Blogue PNL | Concursos PNL
Até 07 Novembro 2014
Escolas - Preencher
14 | 18 Novembro 2014

PNL - Publicação da lista de escolas inscritas

1ª Fase | PROVAS  ESCOLAS - Até 22 Janeiro 2015

Até 22 Janeiro 2015
Provas nas Escolas | Apurar vencedores
Até 22 Janeiro 2015

EscolasPreencher
01 | 05 Fevereiro 2015

PNL - Publicação da lista de Alunos apurados

2ª Fase | PROVAS DISTRITAIS - Até 30 Abril 2015

Até 30 Abril 2015

Provas nas Bibliotecas Municipais – DGLAB
Apurar vencedores
Até 08 Maio 2015

PNL - Publicação da lista de Alunos apurados

3ª Fase | FINAL NACIONAL - Junho/Julho 2015

08 | 12 Maio 2015
PNL - Divulgação das obras a ler
Junho | Julho 2015
PNL - [Regulamento da 3ª Fase] Prova Final

 
 
http://www.planonacionaldeleitura.gov.pt/Concursos/index.php?s=concursos&tipo=1&concurso=79
(Clicar na imagem para mais informações)

 

Concurso "Vamos escrever um conto"


Com os objetivos de
  • motivar a Comunidade escolar para a redação de um conto, 
  • desenvolver competências no âmbito da expressão escrita e da criatividade
  • partilhar ideias, experiências, sentimentos e saberes,
está a decorrer até dia 2 de dezembro, o concurso "Vamos escrever um conto", uma iniciativa da Oficina de Língua da ESG.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Felicidade clandestina

Um conto de Clarice Lispector dito por Aracy Balabanian.



(Retirado daqui.)

Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.
Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um
livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como “data natalícia” e “saudade”.
Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com
barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.
Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim um tortura chinesa.
Como casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.
Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o,
dormindo-o. E, completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria.
Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança de alegria: eu não vivia, nadava
devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.
No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.
Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono da livraria era tranqüilo
e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do “dia seguinte” com ela ia se repetir com meu coração batendo.
E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o
fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra.
Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia:
pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados.
Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua
recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler!
E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta
horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: “E você fica com o livro por quanto tempo quiser.” Entendem? Valia mais do que me dar o livro: “pelo tempo que eu quisesse” é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer.
Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo.
Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre ia ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada.
Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em
êxtase puríssimo.
Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.

Ainda o Dia Europeu das Línguas

Os alunos de 6º D, com o apoio da Prof. Artemisa, realizaram estes pequenos filmes a partir da reportagem fotográfica efetuada durante a exposição do Dia Europeu das Línguas.
Deem uma espreitadela!