E não estamos a falar de posts no Facebook ou Instagram. Os livros afetam diferentes partes do cérebro e tornam-nos mesmo mais inteligentes.
A memória, a concentração, a
calma, a inteligência cognitiva e emocional. Ler faz mesmo maravilhas e é uma
rotina que deve adotar para a vida. Se o hábito não faz parte do seu
quotidiano, faça por inclui-lo. Troque a Netflix ou a televisão por um livro e
passe assim o serão. Dedique menos tempo a fazer scroll no Instagram ou
Facebook, porque ler as publicações dos seus amigos e das páginas de que gosta
não conta — na verdade, resulta num efeito oposto. Vários estudos já vieram
dizer que as redes sociais estão a deixar-nos mais deprimidos, ansiosos, com
menos auto-estima, pior qualidade de sono e um cérebro menos ágil —
principalmente porque comprometem a capacidade da memória.
O desafio é esse. Introduza os
livros na sua vida e reduza o tempo em frente aos ecrãs. O seu cérebro vai
ficar feliz, de várias maneiras. Damos-lhe 7 argumentos, sustentados pela
ciência.
Melhora a comunicação do cérebro
O hábito deve fazer parte da vida
dos adultos, mas é absolutamente crucial na infância para um desenvolvimento
cognitivo saudável. Um estudo de 2009, realizado pela Carnegie Mellon
University, que contou com a participação de 72 crianças com idades entre os 8
e os 10 anos, mostrou que ler consegue alterar zonas do cérebro, aumentando a
área de matéria branca — a que transporta informação entre regiões de matéria
cinzenta, onde toda a informação é processada. Resultado? A comunicação entre
regiões do cérebro e o processamento da informação tornam-se mais eficientes.
Isto é especialmente importante para crianças que sofrem de problemas de
desenvolvimento, como o autismo, por exemplo.
“A indicação de que a intervenção
comportamental pode melhorar tanto o desempenho cognitivo quanto a microestrutura
dos tratos da substância branca é um avanço para o tratamento e compreensão dos
problemas de desenvolvimento”, explicou Marcel Just, um dos investigadores à
frente do estudo, juntamente com Timothy Keller.
Desenvolve a capacidade para
aprender informação nova
Ler transforma mesmo o cérebro,
principalmente se implicar a aprendizagem de uma língua nova. Um estudo
realizado em jovens recrutas da Swedish Armed Forces Interpreter Academy, em
Uppsala, mostrou que a aprendizagem de um idioma diferente — num regime
intensivo, o que implica muitas horas de leitura — aumenta determinadas zonas
no cérebro: o hipocampo, relacionado com a aprendizagem de novas matérias, e
três áreas do córtex cerebral.
Mais vocabulário e cultura geral
Por outro lado, de acordo com
Keith Stanovich, que levou cabo vários estudos que relacionam a leitura e o
desenvolvimento de capacidades cognitivas, pessoas que leem muito têm um
vocabulário mais rico em 50% e conhecimento de cultura geral aumentado também
em 50%.
Torna-nos mais inteligentes
(cognitiva e emocionalmente)
A leitura e a inteligência andam
lado a lado. Quando mais se dedicar à leitura, mais inteligente se tornará. Ao
mesmo tempo que ler aumenta o nosso conhecimento — informação que guardamos no
cérebro e que aplicamos em situações práticas da vida —, também melhora a nossa
inteligência emocional. Um estudo realizado em 2013 pela New School for Social
Research, em Nova Iorque, mostrou que ler ficção literária (mais do que
não-ficção) é capaz de nos tornar mais empáticos. Além disso, ajuda-nos a
compreender o estado dos outros, as suas crenças, desejos, objetivos,
princípios e motivações, mesmo que distintas da nossa — é a chamada Teoria da
Mente, que nos permite fazer escolhas mais ponderadas, sermos mais tolerantes, compreendermos
melhor os outros e expandirmos a nossa mundividência. No fundo, há potencial
para nos tornarmos melhores pessoas.
Reduz o stresse
Ler significa focarmo-nos noutra
coisa — abre-nos a porta para um novo mundo e deixa-nos absolutamente abstraídos
da nossa realidade (e problemas). De acordo com o “The Telegraph“, em 2009,
investigadores da Universidade de Sussex, no Reino Unido, analisaram a
capacidade que algumas atividades têm para reduzir os níveis de stresse, ao
medirem o ritmo cardíaco e tensão muscular. De acordo com o estudo, ler tem um
efeito mais calmante do que as caminhadas, uma chávena de chá ou até música.
Nos resultados, ler apenas durante seis minutos foi capaz de baixar os níveis
de stresse em 68% — a caminhada baixou em 42%, o chá em 54%, a música em 61%.
Aumenta os anos de vida
Ler poderá aumentar a
longevidade. Um estudo realizado pela Universidade de Yale concluiu que as
pessoas que leem livros durante cerca de 30 minutos por dia vivem mais dois
anos do que aqueles que só consomem revistas e jornais. A investigação envolveu
3.600 participantes com mais de 50 anos, que foram seguidos durante 12 anos.
Aqueles que liam 3,5 horas por semana tinham menos 23% probabilidade de morrer
— os que liam menos tempo tinham menos 17% probabilidade de morrer.
Aumenta a capacidade de
concentração
Em 2012, um grupo de
investigadores da Universidade de Stanford analisou os padrões cerebrais de um
grupo de pessoas que estava a ler um romance da autora Jane Austen. Os
resultados deixaram afirmar que ler é um “verdadeiro e valioso exercício para o
cérebro das pessoas”, uma vez que se desencadeiam diferentes tipos de
mecanismos de concentração e entrega à tarefa, de acordo com o objetivo: ler
por lazer ou ler para aprender.
“Prestar atenção a um texto
requer a coordenação de múltiplas funções cognitivas complexas”, disse a
coordenadora do estudo, Natalie Phillips. Quando se trata de ler por hobbie, os
fluxos movem-se para sítios distintos, criando padrões diferentes.
Texto retirado daqui
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