Noite de Natal
Era a noite de Natal
Alegram-se os pequenitos;
Pois sabem que o bom Jesus
Costuma dar-lhes bonitos.
Vão-se deitar os lindinhos
Mas nem dormem de contentes
E somente às dez horas
Adormecem inocentes.
Perguntam logo à criada
Quando acorde de manhã
Se Jesus lhes não deu nada.
– Deu-lhes sim, muitos bonitos.
– Queremo-nos já levantar
Respondem os pequenitos.
Mário de Sá-Carneiro, in “Antologia Poética”
Natal
– Que Natal é este
de candeia acesa?
– É brilho que não
se quer que esmoreça.
– Que Natal é este
que me dá a mão?
– É uma porta a abrir-se,
é um olhar de irmão.
– Que Natal é este
que atravessa o tempo?
– É uma eterna estrela
pastora de ventos.
– Que Natal é este
que me conta histórias?
– É o livro aberto
da tua memória.
– Que Natal é este
tão criança ainda?
– É a tua infância
que se mantém viva.
João Pedro Mésseder
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