quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Novidades de fevereiro

Os amigos continuam a surpreender-nos. A Biblioteca Municipal ofereceu-nos alguns livros. Obrigada.



"Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para o 1º ano de escolaridade, destinado a leitura orientada.

A Handa mete no cesto sete frutas deliciosas para fazer uma surpresa à sua amiga Akeyo. Mas no caminho a Handa passa por muitos animais, e as frutas têm um ar muito convidativo…

Quando chega junto da amiga e poisa o cesto, quem tem uma grande surpresa é a Handa!"

Ver, também, aqui.


"Um fabricante de violinos chamado Stradivari morreu há duzentos anos deixando um mistério no ar que ainda não foi desvendado: como conseguia ele que os seus violinos tivessem um som tão especial? Seria a madeira? Seriam as cordas? Seria o verniz? Ou seria algum truque de magia? Ninguém sabe. Mas os violinos que ficaram prontos valem hoje mais que jóias, mais do que carros e até mais do que casas. O desaparecimento de um violino «Stradivarius» é motivo de alarme e justifica a mais complicada das investigações."



 "Sophie Feodorovna Rostopchine, a Condessa de Ségur, nasceu em 1799 em São Petersburgo. Passou a infância em Voronovo, a propriedade da família, recebendo dos pais uma educação muito severa. A mãe era uma mulher austera e muito católica. O pai era general e conde.

Em 1817, o conde caiu em desgraça e exilou-se em França com a família. Sophaletta não voltaria a ver a terra natal. Em Paris, foi apresentada a Eugène de Ségur com quem casou em 1819.

Aos 58 anos, a Condessa de Ségur publica o seu primeiro livro, Novos Contos de Fadas. Foi o seu marido que a apresentou ao editor Louis Hachette.

Hachette ficou logo encantado com as histórias que a condessa escrevia para os netos. Para as publicar, decidiu criar uma coleção de livros destinados aos jovens. Sophie de Ségur escreveu cerca de 20 romances para o editor. 

O êxito da obra manteve-se ao longo dos tempos."



 "Naquele Inverno não foi só o Chico que se inscreveu para praticar desporto nas horas vagas, foram todos. Cada um escolheu sua modalidade e andavam delirantes com os treinos.

Não esperavam era que uma torneira avariada nos corredores do estádio funcionasse como mola e os catapultasse para a mais estranha das conspirações. E também não esperavam que uma enguia eléctrica lhes pudesse dar ideias e que a grande ajuda viesse de um pombo-correio chamado Pascoal."



"Evoramonte é uma terra carregada de História. Fica no alto de um monte, as casas foram construídas dentro da muralha e tem um castelo muito especial com vários séculos de existência.A primeira noite que o grupo passou em Evoramonte tornou-se super-excitante porque apareceu gente na rua vestida com roupa de outros tempos. Afinal era uma equipa de cinema que até precisava de jovens actores. Todos se candidataram e viram-se envolvidos numa intriga que incluía poções mágicas! "


"Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para o 3º ano de escolaridade, destinado a leitura autónoma.


A Sofia acha que a sua boneca de cera está pálida e com frio. Por isso, põe-na ao sol e... ela derrete-se. Sofia chora, mas nem tudo está perdido porque ela se lembra de convidar as amigas para o divertido enterro da boneca! A Sofia quer brincar com os seus peixes vermelhos e... acaba por deixá-los morrer! E quando tenta ser uma menina bonita, faz um chá para os seus primos... com giz e água do cão. Fica de castigo! Mas a mãe tem razão: ela é uma menina boazinha, tudo isto não passa de uma série de peripécias que mais não são do que Os Desastres de Sofia. 
Este livro é um clássico do mundo infanto- juvenil que marcou a infância de todos nós, e que agrada a pais e filhos. Escrito no século XIX, pela Condessa de Ségur, relata todas as peripécias de Sofia, uma menina com muita imaginação."







" Na sua quarta aventura, os membros da O.R.D.E.M. são surpreendidos por uma enigmática mensagem de fazer crescer água na boca. Desta feita, viajam até uma velha quinta do Douro em busca de umas caves misteriosas onde os aguardam alguns segredos do tempo dos reis. Longe dali, o fantasma não desiste…"

"A célebre obra de Pasternak que foi adaptada ao cinema e que teve nos principais papéis Omar Shariff e Julie Christie.

Iuri Jivago era filho de um grande industrial russo. Orfão de pai e mãe, foi criado por uma família de Moscovo. Parte para a guerra como médico militar. A revolução de 1917 surpreende-o em Moscovo. Vai com a família para os Urales, onde é preso pelos revolucionários. Quando regressa, não encontra família, mas conhece Lara, por quem se apaixona. Mas o destino separá-los-á. Ela seguirá para o Extremo Oriente, ele para Moscovo. "


"O Senhor Ventura é a prova definitiva de como os grandes escritores nos reservam sempre grandes surpresas. Isto porque um grande escritor não se refugia num estilo definido, nem numa temática bem demarcada. Pelo contrário,um grande escritor é versátil. E Miguel Torga é um grande escritor.
Todos nós conhecemos Miguel Torga dos contos de cariz rural, expressando a luta do homem pela sobrevivência, num enquadramento por vezes poético outras vezes profundamente realista da relação do homem com a terra. Neste livro, Torga surpreende com um pequeno romance em que narra das aventuras de um português pelo mundo. Assim, o Senhor Ventura é o aventureiro luso, o português das sete partidas, que correu mundo, encantou e ficou encantado. Mas este não é um herói clássico. Muitas vezes é um anti-herói. As suas aventuras envolvem sempre a matreirice, aquele carácter "desenrascado" que muitas vezes não hesita em sair dos limites da lei. Um malandro, em suma. Mas, como qualquer malandro, o Senhor Ventura também se apaixonou. E, mais uma vez, aí temos o herói preso pelas saias. O amor foi o início da desgraça do Senhor Ventura, uma espécie de D. Quixote encandeado pela sua Dulcineia mas que não deixou de ser, tal como o herói de Cervantes, um porta voz de todas as virtudes e defeitos do seu povo. Na sua matreirice mas também no seu espírito de aventura, O Senhor Ventura é um verdadeiro resumo da alma portuguesa.
Acima de tudo, este livro é uma engraçada caricatura da alma portuguesa. Ao leitor fica a sensação que o autor de divertiu ao escrever este livro, que encarou de forma despretensiosa mas que se tornou, sem dúvida, uma das suas obras mais interessantes. Mesmo assim, há um aspeto muito sério que tem de ser referido: nas entrelinhas há aqui um recado à ditadura, durante a qual Torga escreveu este livro (1943) e contra a qual sempre se bateu...
Em suma, um livro sério mas divertido, cheio de conteúdo embora breve.  "

"Publicado em 1932, Admirável Mundo Novo tornar-se-ia um dos mais extraordinários sucessos literários europeus das décadas seguintes. O livro descreve uma sociedade futura em que as pessoas seriam condicionadas em termos genéticos e psicológicos, a fim de se conformarem com as regras sociais dominantes. Tal sociedade dividir-se-ia em castas e desconheceria os conceitos de família e de moral. Contudo, esse mundo quase irrespirável não deixa de gerar os seus anticorpos. Bernard Marx, o protagonista, sente-se descontente com ele, em parte por ser fisicamente diferente dos restantes membros da sua casta. Então, numa espécie de reserva histórica em que algumas pessoas continuam a viver de acordo com valores e regras do passado, Bernard encontra um jovem que irá apresentar à sociedade asséptica do seu tempo, como um exemplo de outra forma de ser e de viver. Sem imaginar sequer os problemas e os conflitos que essa sua decisão provocará. Admirável Mundo Novo é um aviso, um apelo à consciência dos homens. É uma denúncia do perigo que ameaça a humanidade, se a tempo não fechar os ouvidos ao canto da sereia de uma falsa noção de progresso. "


"Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para o 3º ciclo, destinado a leitura autónoma.


Publicado originalmente em 1954, O Deus das Moscas é um dos mais perturbadores e aclamados romances da atualidade.
Um avião despenha-se numa ilha deserta, e os únicos sobreviventes são um grupo de rapazes. Inicialmente, desfrutando da liberdade total e festejando a ausência de adultos, unem forças, cooperando na procura de alimentos, na construção de abrigos e na manutenção de sinais de fogo. Porém, à medida que o frágil sentido de ordem dos jovens começa a fraquejar, também os seus medos começam a tomar sinistras e primitivas formas. De repente, o mundo dos jogos, dos trabalhos de casa e dos livros de aventuras perde-se no tempo. Agora, os rapazes confrontam-se com uma realidade muito mais urgente - a sobrevivência - e com o aparecimento de um ser terrível que lhes assombra os sonhos. "


"Mário de Carvalho convoca-nos a todos. A nós e aos nossos conhecidos. Faz humor com ilusões e desilusões, amores e desamores, graças e desgraças. 
O Partido Comunista não escapa à ironia. Brilha a deslumbrante Lisboa, mas também outros locais e endereços. Eduarda Galvão é o protótipo da jovem jornalista. Jorge de Matos o professor cansado. Joel Strosse o pairar da esperança enquanto há vida.

Entram outros burgueses, mais tímidos, mais atrevidos, mais abertos, mais recolhidos. O leitor reconhece-os facilmente, olhando em volta. Políticas também há algumas, bandeiras rubras, livros nas bibliotecas, uma revolução que entardeceu.

Comparece o rio magnífico que Lisboa tem. E, já agora, que tal trocarmos umas ideias sobre o assunto? "


  "Paula, com um forte cunho autobiográfico, é uma das obras mais intensas de Isabel Allende, que nos faz revisitar o universo mágico dos seus primeiros romances.
Paula, a filha da escritora, adoeceu gravemente, entrando pouco tempo depois em coma. Durante meses no hospital, a autora começou a escrever a história da família para a filha, que permanecia inconsciente. Nesse relato somos levados a conhecer os segredos e recordações mais íntimos do seu passado e do seu país natal, o Chile, ao mesmo tempo que assistimos às sucessivas tentativas de contrariar e, por fim, aceitar a partida iminente de um ente querido. Escrita como uma catarse face à irreversível doença, Paula é uma enorme lição de vida, ao mesmo tempo que nos permite conhecer um pouco melhor o mundo fantástico de A casa dos espíritos e Eva Luna e concluir que as suas personagens pertencem, na verdade, ao mundo fantástico de Isabel Allende: a sua realidade encantada."



"Henry Chinaski é o alter ego assumidamente biográfico do próprio Bukowsky. Num ambiente repleto de álcool e sexo, somos transportados a uma visão insuportavelmente realista das suas vivências, onde o protagonista (poeta e bebedor compulsivo) conjuga a sua prepotência junto das mulheres com a fragilidade que só elas podem compensar. A literatura e as tertúlias, numa perspectiva muito próxima do imaginário da beat generation, são o motor desta história, que começa com Chinaski, na primeira pessoa: «eu tinha cinquenta anos e há quatro que não ia para a cama com uma mulher». Um exemplo extremo da fusão entre realidade e ficção, já que as vivências do próprio autor não andaram longe das situações descritas. "


" Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para o Ensino Secundário como sugestão de leitura.

Na noite de 13 de Dezembro de 1943, Primo Levi, um jovem químico membro da resistência, é detido pelas forças alemãs. Tendo confessado a sua ascendência judaica, é deportado para Auschwitz em Fevereiro do ano seguinte; aí permanecerá até finais de Janeiro de 1945, quando o campo é finalmente libertado.
Da experiência no campo nasce o escritor que neste livro relata, sem nunca ceder à tentação do melodrama e mantendo-se sempre dentro dos limites da mais rigorosa objectividade, a vida no Lager e a luta pela sobrevivência num meio em que o homem já nada conta.
"Se Isto é um Homem" tornou-se rapidamente um clássico da literatura italiana e é, sem qualquer dúvida, um dos livros mais importantes da vastíssima produção literária sobre as perseguições nazis aos judeus."


"Autora Galardoada com o Prémio Camões 2015

A obra mais aclamada de Hélia Correia, até à data, e que recebeu o Prémio de Ficção do Pen Club para romances editados em 2001. É um romance histórico, que decorre entre 1746 e 1762, na Escócia e em Portugal. Lillias é uma menina escocesa, oriunda de um dos clãs destroçados na batalha de Culloden, que os ingleses venceram. Fugindo destes, acabará por ir para Lisboa, onde vive clandestinamente durante alguns anos, de princípio num convento e mais tarde com uma família. Quando se dá o terramoto de Lisboa, Lillias foge para Mafra. Mais tarde irá encontrar-se com o comandante das tropas inglesas em Culloden. O romance está cheio de episódios romanescos e pícaros; as descrições das ruas, das casas, das tropas, dos costumes, dos ambientes, são magníficas. "


 "Stephen é um simpático autor de livros infantis que vê a sua vida ser subitamente destruída ao perder a filha de três anos numa fila de supermercado. Durante muito tempo, Stephen vai procurar o rosto da criança em todas as crianças que vê na rua, recapitulando todos os detalhes que antecederam a tragédia. Numa narrativa não-linear, Ian McEwan intercala momentos de forte tensão emocional com momentos de grande humor. E dá a verdadeira dimensão dos conflitos interiores de um homem que luta por esquecer e recordar, desistir e viver."


"As Ondas é considerado o melhor e o mais radical romance de Virginia Woolf - um desses raros escritores que nasceu no «instante em que uma estrela se pôs a pensar». 

Marguerite Yourcenar, sua tradutora francesa, descreveu assim este romance: «As Ondas é um livro com seis personagens, ou melhor seis instrumentos musicais, pois consiste unicamente em monólogos interiores, cujas curvas se sucedem e entrecruzam com uma segurança que lembra A Arte da Fuga de Bach. Nesta narrativa musical, os breves pensamentos de infância, as rápidas reflexões sobre os momentos de juventude e de confiante camaradagem desempenham o mesmo papel dos allegros nas sinfonias de Mozart, abrindo espaço para os lentos andantes dos imensos solilóquios sobre a experiência, a solidão e a maturidade. Tanto como uma meditação sobre a vida, As Ondas são um ensaio sobre a solidão. Trata-se de seis crianças, três raparigas, Rhoda, Jinny e Susan; e de três rapazes, Louis, Neville e Bernard, que vemos crescer, diferenciarem-se e envelhecer. Uma sétima criança, que nunca toma a palavra e que só conhecemos através dos outros, é o centro do livro ou melhor o seu coração.»

Mais que uma música admirável que a imaginação oferece à inteligência, As Ondas é um livro sobre a impossibilidade do ser. "


Sem comentários:

Enviar um comentário