"A reinvenção das personagens de Eça de Queiroz numa história alucinante dos autores de O Código d`Avintes.
Tudo começa no Alegrete, palacete meio arruinado em que vive Afonso da Maia, avô de Carlos da Maia, jovem médico que se apaixona por Maria Hermengarda, fugindo dos ataques sensuais da Condessa de Varinho e deixando de lado a espampanante Lara Marlene, filha do riquíssimo Silvestre do Ó Saraiva, construtor civil que fez a sua larga fortuna através de métodos muito pouco recomendáveis.
À volta de Carlos movimentam-se Damásio Malcede, o lisboeta novo-rico, João da Régua, o eterno futuro-ministro, o Palma Cavalito, director da Trombeta do Demónio, e muitas outras personagens herdeiras dos famosos "Maias" que se movimentam freneticamente numa crónica de costumes ao gosto deste tempo prodigioso do replay e do fast food.
No meio deste enredo surge mesmo o espírito de Eça de Queiroz a pôr alguma contenção a personagens e autores.
Num registo entre o queirosiano e a telenovela, quiseram os autores, cada um a seu modo, aplicar-se num enredo paralelo ao de Os Maias, observando a sociedade portuguesa do início do século XXI pelo monóculo risonho e severo do grande Eça. Resumiu um deles: "Certamente, o Eça escreveria melhor mas não diria pior."
EXCERTOS
"Pretendemos escrever um livro irreverente mas não ofensivo, embora a tentação fosse grande ao retratarmos algumas personagens demasiado características para ficarem de fora. Há-as por todos os lados. Mas, como diz o Ega, «não sabe a gente para onde se há-de voltar… e se nos voltarmos para nós mesmos, ainda pior!»
Então, como não nos consideramos acima da crítica, critiquem-nos, o que significa leiam-nos, contestem-nos, o que equivale a falar dos Maias, censurem-nos, mas, acima de tudo, divirtam-se. Pois se assim não for ouvir-nos-ão dizer queirosianamente, todos de monóculo, todos de bengala, todos de chapéu alto:
- Que ferro! Esquecemo-nos de mandar fazer para o jantar um grande prato de paio com ervilhas!""
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